O sorgo, um cereal versátil e nutritivo, tem ganhado cada vez mais espaço na agricultura brasileira. No entanto, um composto presente em algumas variedades desse grão, o tanino, gera muitas dúvidas e debates. Neste post, vamos desmistificar o tanino e explicar sua influência na produção e utilização do sorgo.
O que é Tanino?
O tanino é um composto fenólico presente em diversas plantas, incluindo o sorgo. Ele confere ao grão uma proteção natural contra pragas e doenças, mas pode afetar a digestibilidade do alimento, principalmente para animais monogástricos como aves e suínos.
Tanino e a Produção de Sorgo no Brasil
- Sorgo Safrinha: A maior parte do sorgo cultivado na safrinha no Brasil é de variedades sem tanino, atendendo à demanda do mercado de rações.
- Restrição da Comercialização: A comercialização de sementes de sorgo com tanino é bastante restrita no Brasil, representando apenas 4% do total de sementes de sorgo granífero.
- Rio Grande do Sul: O Rio Grande do Sul é o estado onde o cultivo de sorgo com tanino é mais comum, devido aos problemas com ataques de pássaros em algumas regiões.
Ponto de atenção: a (Ir)Rastreabilidade
A questão da mistura de sorgo com e sem tanino é um ponto crucial na produção e comercialização desse grão, com implicações diretas na qualidade do produto final e na saúde animal. A irrastreabilidade dos grãos com tanino, em particular, representa um risco significativo de “contaminação” da produção de sorgo sem tanino, com consequências negativas para toda a cadeia produtiva.
A dificuldade em rastrear grãos com tanino ao longo da cadeia produtiva aumenta o risco de mistura com grãos sem tanino, o que pode ocorrer em várias etapas, como colheita, armazenamento e transporte. Essa mistura pode prejudicar o desempenho de alguns animais e a eficiência da produção. Além disso, pode prejudicar o produtor, dificultando a comercialização e reduzindo o valor de mercado do produto.