Um novo desenho produtivo consorciado, que pode entregar silagem, milho e pastagem de qualidade (ou permitir a entrada de lavoura como a soja) deve receber, ainda em 2021, sinal verde para validação científica. Parcerias neste sentido estão sendo definidas para que os produtores brasileiros possam ter acesso às recomendações oficiais de cultivo.
Enquanto os detalhes de pesquisas são alinhados, o modelo vem sendo testado pontualmente em propriedades comerciais pelo próprio interesse manifestado por agricultores e pecuaristas.
Batizado de “Sistema Diamantino” (referência ao município do Mato Grosso, de onde veio a sugestão do nome) ele é concentrado na produção de biomassa de amplo propósito e surgiu das demandas agropecuárias identificadas pela equipe técnica da Latina Sementes no Brasil.
A empresa designou o Coordenador de Desenvolvimento de Mercado em Forragem e Silagem, Luis Caires, como responsável pela proposição do modelo e pela articulação dos estudos de validação a serem conduzidos através de parcerias com instituição (ou instituições) de pesquisa.
Em função da necessidade desta legitimação científica, Caires prefere não antecipar detalhes. Garante, entretanto, que o modelo tende a ter certa versatilidade, podendo envolver diversidade de cultivares de sorgo, milho, e de forrageiras Braquiária e Panicum. Segundo ele, produtores interessados já estão experimentando e avaliando algumas possibilidades.
É o caso do pecuarista Magno Xavier Júnior, da Fazenda Renascer, em Araguaçu, no sul do Tocantins. No ciclo 2019/2020 ele testou o cultivo, em 10 hectares (ha), de consórcio capim Mombaça e Sorgo Gigante Boliviano (AGRiI 002E). “Consegui uma produtividade de 50 t/ha de silagem, que me custou perto de R$ 0,04/kg. Este material me garantiu alimento barato para 80 vacas e 120 novilhas durante 100 dias”, revela.
Para a safra 2020/2021 ele já plantou mais seis hectares com o consórcio. Juntamente com o milho, que ele também cultiva, pretende não tomar susto nos meses mais secos deste ano. “Nossa ideia é sequestrar todo o rebanho no auge do período sem chuvas. Lá por setembro tiro todos os animais do pasto e ofereço um volumoso de boa qualidade no cocho”, prevê.
Luis Caires entende que garantir comida barata para os meses de alto déficit hídrico (e, portanto, com escassez de pasto) será uma entre as possibilidades do “Diamantino” enquanto modelo produtivo versátil. “Ele poderá recuperar a fertilidade do solo tanto para lavoura quanto para pastagem, ajudar a estabilizar a renda do produtor, mitigar riscos de erosão na propriedade e reduzir o custo fixo diário da fazenda, dentre outras coisas”, garante.
Segundo a direção da Latina Sementes, o encaminhamento das parcerias para os estudos de validação do “Sistema Diamantino”, cujas tratativas foram iniciadas em 2020, devem ser definidas em 2021. A partir das avaliações científicas, será possível a estruturação das recomendações técnicas de consórcios, adubação, manejo e uso regionalizado.
A Latina Sementes é uma empresa criada em 2017 para representar e distribuir, no Brasil e países da América Latina, a genética tropical Agricomseeds que é focada na produção de sementes de sorgo e de milho de alta qualidade, adaptabilidade e produtividade. A tecnologia Agricomseeds está presente hoje em todos os países da América do Sul, na África (Angola e Quênia) e através de parcerias na China e nos Estados Unidos.
Sistema Diamantino: Produtores testam a novidade – Jornal O NORTÃO (onortao.com.br)
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