O El Niño é um fenômeno natural – originado do aquecimento excessivo das águas do Oceano Pacífico – que afeta as condições climáticas em várias partes do Mundo. No Brasil, ele traz excesso de chuvas para algumas regiões (como vem ocorrendo no Sul do país) e períodos de escassez de precipitações, atual realidade do Centro-Oeste brasileiro. Para a agropecuária, estas intempéries geram adversidades e riscos, como atrasos em plantios, problemas no desenvolvimento de culturas, e eventual comprometimento da oferta de alimento para rebanhos.
Nesta safra de verão (2023/2024), estados como Goiás já apresentam dados concretos de atraso nos plantios de áreas de soja. No Mato Grosso (maior estado produtor da oleaginosa no Brasil), o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), avisa que já há 6% de atraso na semeadura em relação a igual período da safra passada. Considerando regiões em que o plantio já foi realizado, boa parte sofre com a ausência de chuvas e com altas temperaturas (registros recentes pontuais de até 44˚C de acordo com Aprosoja/MT – Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso). Há, inclusive, relatos de muitas lavouras praticamente perdidas.
Em contraste, o estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, experimenta chuvas intensas e inundações que prejudicam as plantações, encharcam o solo e provocam o apodrecimento das raízes.
Avaliando esse cenário, fica o alerta para que o planejamento da segunda safra (safrinha 2023/2024) seja executado com atenção e de forma estratégica. Considerando que o Brasil é um dos maiores produtores de milho do mundo graças justamente aos grandes resultados das safrinhas (cultivo em sucessão à lavoura de verão), surge uma preocupação em relação às janelas regionais de plantio do cereal, que podem ficar prejudicadas caso a soja permaneça no solo por tempo além do previsto.
O uso de híbridos de milho que respondam com precocidade, potencial produtivo e carreguem recursos de biotecnologia, certamente ajuda a minimizar este problema. No entanto, quando o período de segurança de cultivo fica comprometido, o final da cultura do milho pode sofrer bastante com a falta de água no solo ou mesmo com geadas, sem garantias da cobertura de seguros, por exemplo.
Nessas situações, optar por outra cultura de inverno com uma janela mais curta é uma atitude responsável e inteligente visando garantir rentabilidade para o sistema produtivo. Onde se tem garantias, planta-se o milho. Quando a situação é oposta, usa-se outra opção. Nos últimos anos o sorgo vem ganhando protagonismo por suportar janelas mais curtas, graças a uma nítida evolução tecnológica/genética combinada com um manejo mais adequado por parte do produtor.
E não faltam opções. Temos o sorgo silageiro e/ou biomassa para produção de silagem, com excelentes resultados em volume, qualidade e resultados nutricionais, obtidos graças à sua constituição bromatológica (a bromatologia é a ciência que estuda a composição dos alimentos). Para os produtores de grãos e pecuaristas, o sorgo granífero vem ganhando espaço, pois em comparação a cultura do milho, diferencias como custo operacional, demanda hídrica e térmica mais tolerante a momentos de estresses, além de alto potencial produtivo, proporcionam uma segurança maior ao produtor, sem falar em uma janela de cultivo mais segura.
Soluções existem e estão disponíveis. Cabe ao produtor se informar, consultar fornecedores de confiança e ficar de olho nas possibilidades que podem garantir maior estabilidade financeira e segurança na atividade.
Saiba mais sobre nossas soluções de sorgo em nosso site: https://www.latinaseeds.com.br/sementes-de-sorgo/
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(*) Engenheira agrônoma e Analista de Desenvolvimento de Mercado da Latina Seeds (latinaseeds.com.br) – (34) 99811-3496