
Após mais de duas décadas de negociações, o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia finalmente foi concluído. Esse marco histórico, que promete impulsionar o comércio entre os dois blocos, traz consigo uma série de oportunidades e desafios para diversos setores da economia, incluindo o mercado de milho.
O que o acordo prevê para o milho?
Conforme detalhado no factsheet divulgado pelo governo brasileiro, o acordo estabelece um cenário favorável para as exportações de milho do Mercosul para a União Europeia. As principais diretrizes para o cereal são:
- Desgravação gradual das tarifas: As tarifas de importação para o milho serão eliminadas gradualmente, incentivando o comércio entre os dois blocos.
- Cotas iniciais e expansão gradual: O acordo prevê uma cota inicial de 1 milhão de toneladas de milho com tarifa zero, que será expandida gradualmente nos próximos cinco anos. Essa medida visa garantir um acesso gradual do produto brasileiro ao mercado europeu.
- Competitividade: A eliminação das tarifas e a expansão das cotas tornam o milho brasileiro mais competitivo no mercado europeu, abrindo novas oportunidades para os produtores.
Oportunidade para o milho convencional
A União Europeia é composta por 27 países membros e a maioria deles proíbe o cultivo de milho transgênico. Na região, apenas um tipo de milho transgênico, o MON810, tem autorização para cultivo. Ele foi desenvolvido para resistir a determinados insetos. Apesar da autorização, a maioria dos países europeus proibiu o cultivo do milho MON810 em seus territórios. Atualmente, a maior parte do milho transgênico cultivado na Europa está concentrada em países como Espanha e Portugal.

Isso traz uma oportunidade para a exportação de milho convencional do Mercosul para a União Europeia, pois é o produto ideal para se encaixar na realidade da região.
O acordo Mercosul-UE representa um marco histórico para o comércio entre os dois blocos. Para o setor de milho, o acordo traz novas oportunidades de negócios, mas também exige que os produtores brasileiros se adaptem a um mercado cada vez mais competitivo e exigente.
É fundamental que os produtores brasileiros utilizem sementes com alto potencial genético, invistam em tecnologia, em melhoria da qualidade dos produtos e em logística para aproveitar ao máximo as oportunidades oferecidas pelo acordo.
Fontes: